Turismo

Conexão afetiva entre Brasil e Portugal é atrativo para o turismo, diz Freixo

Escutando Marcelo Freixo, a primeira pergunta surge de imediato. “Como você fala tão rápido?”. Ele responde com um sorriso largo: “Eu falo 180 palavras por minuto. Deixava os estenografistas à beira da loucura.”. Aí eu devolvi: “O presidente americano Kennedy falava apenas 160, você é o mais rápido.”

Freixo respira política. Conhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos e sua luta contra a violência e as milícias, sobretudo no Rio de Janeiro, hoje como presidente da Embratur ele usa sua experiência e seu talento promovendo o Brasil como destino turístico global.

Seu envolvimento com sustentabilidade, segurança e direitos humanos, aliada à sua capacidade de comunicação e articulação política, pode contribuir para o desenvolvimento de um turismo ético e inovador, posicionando o Brasil na “Ivy League” da indústria do turismo global.

Numa entrevista à coluna, (disponível na íntegra na rubrica “Gente de lá e de cá”, no canal da associação Portugal-Brasil 200 anos) ouvimos, na mesa do Restaurante Cícero, na capital portuguesa, por ocasião da Bolsa de Turismo de Lisboa, sua visão sobre o potencial do turismo no Brasil, a importância de Portugal neste contexto e os desafios enfrentados pelo país para melhorar sua imagem no exterior.

Como um ativista político e defensor dos direitos humanos, você se encontrou no universo do turismo?

Minha chegada ao turismo foi um convite do presidente Lula, para liderar a Embratur. O turismo é um setor que permite a geração de emprego, renda e sustentabilidade, e vejo um enorme potencial no Brasil para isso. É uma oportunidade de trabalhar positivamente temas que sempre defendi, como a questão racial, os direitos das mulheres e a preservação do meio ambiente.

Portugal é um dos principais emissores de turistas para o Brasil. Que estratégias estão sendo adotadas para fortalecer essa relação?

Portugal tem uma conexão histórica e afetiva com o Brasil, o que já é um grande atrativo. Estamos trabalhando para promover a diversidade do turismo brasileiro em Portugal, não só sol e praia, mas também nossa cultura, gastronomia e natureza. Além disso, estamos buscando parcerias para facilitar o intercâmbio turístico entre os dois países.

A imagem do Brasil no exterior sofreu nos últimos anos. Como a Embratur está trabalhando para reverter essa situação?

Estamos usando a frase “O Brasil voltou” para mostrar ao mundo um país comprometido com a democracia e com a sustentabilidade. A melhora na imagem do Brasil já pode ser vista com o retorno do país aos rankings de destinos de ecoturismo e o aumento na arrecadação com o turismo internacional.

A segurança é uma preocupação frequente para os turistas. Como vocês estão abordando essa questão?

Embora o Brasil tenha desafios na área de segurança, os destinos turísticos tendem a ser mais seguros. Além disso, estamos trabalhando para que o turismo seja parte da solução, gerando oportunidades e melhorando a qualidade de vida nas comunidades.

A gastronomia brasileira é rica e diversa. Como ela está sendo utilizada para atrair turistas?

Estamos promovendo a gastronomia brasileira como um dos principais atrativos do país. De norte a sul, temos uma variedade incrível de pratos que refletem nossa cultura e história. Estamos inclusive concorrendo para ser o maior destino de gastronomia da América Latina.

A Embratur está usando a inteligência de dados para aprimorar a promoção do turismo brasileiro, essa é uma abordagem que rompe com o passado…

Firmamos uma parceria com a Universidade de São Paulo para profissionalizar nossa gestão e usar inteligência de dados. Isso nos permite entender melhor os perfis dos turistas, seus interesses e medos, e assim, criar campanhas mais eficazes e direcionadas.


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