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Chefe do Hezbollah diz que ataque com 'pagers-bomba' foi uma declaração de guerra de Israel contra o povo do Líbano

O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez nesta quinta-feira seu primeiro pronunciamento após os ataques sofridos pelo movimento xiita libanês, com a explosão de pagers e walkie-talkies nos últimos dois dias, afirmando que Israel — a quem se atribui o ataque, mesmo sem confirmação oficial — cruzou todas as linhas vermelhas com a ação.

Em um pronunciamento transmitido por redes de TV e rádio do Líbano, Nasrallah afirmou que estava se preparando para fazer um discurso no dia 7 de outubro, um ano após o começo da guerra entre Israel e Hamas em Gaza, mas que foi forçado a antecipar os planos em função “dos acontecimentos das últimas 48 horas”.

O secretário-geral afirmou que Israel cruzou todas as linhas vermelhas e convenções ao realizar o ataque com explosivos, acrescentando que a ação colocou em risco a população civil do Líbano, uma vez que as detonações aconteceram em espaços públicos com a circulação de pessoas alheias ao conflito, incluindo hospitais. O líder xiita detalhou que 4 mil pagers teriam explodido na primeira série de detonações, na terça-feira.

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O Hezbollah instaurou uma comissão para investigar as falhas de segurança que permitiram que os dispositivos fossem detonados. Embora Israel não tenha se manifestado oficialmente sobre o caso, uma hipótese que ganhou tração nos últimos dias é de que o Mossad, serviço de inteligência de Israel, tenha conseguido se infiltrar na linha de produção e distribuição dos equipamentos eletrônicos — os pagers eram fabricados por uma empresa de Taiwan — e instalado explosivos de detonação remota em cada um deles.

— De fato, sofremos um golpe severo e cruel — admitiu Nasrallah, chamando o ataque de “talvez sem precedentes”.