Caso Marielle Franco: Polícia Federal nega acordo de delação com Ronnie Lessa
A Polícia Federal (MPF) negou nesta quarta-feira (24), a existência de um novo acordo de delação premiada envolvendo um dos acusados na execução dos homicídios da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, no Centro do Rio.
Em nota, a PF afirmou que está conduzindo há cerca de 11 meses as investigações referentes ao caso e que até o momento ocorreu, efetivamente, uma única delação, se dando junto ao Poder Judiciário. A delação é a do ex-policial militar Élcio de Queiroz, motorista do carro usado no crime.
Ainda, de acordo com a PF, as investigações seguem em sigilo, sem data prevista para encerramento. Além disso, segundo o órgão, a divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos.
O que diz a família da vereadora
Nas redes sociais, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, disse que acompanhou as últimas notícias relacionadas ao caso e que a família aguarda os comunicados e resultados oficiais das investigações.
A ministra também afirmou que está ciente do comprometimento das autoridades para a resolução do caso e que não haverá descanso enquanto não houver justiça.
A declaração foi postada justamente após repercussão na imprensa de uma possível delação de Ronnie Lessa.
Monica Benício, viúva de Marille, também chegou a se manifestar sobre a possível delação de Lessa, afirmando que vê esta possibilidade com esperança, mas sem otimismo exacerbado, já que Lessa tem laços profundos com o crime e a contravenção.
Por isso, de acordo com Monica, tudo que eventualmente possa ser dito por ele deve ser averiguado e respaldado pelas instituições responsáveis pela investigação.
Entenda o caso
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros em 2018, na região central do Rio de Janeiro. O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz foram presos um ano depois acusados de terem executado o crime.
No ano passado, a Polícia Federal passou a atuar no caso, considerado prioridade pelo Ministério da Justiça.
Desde então, a investigação teve algumas novidades, como a delação de Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no crime, e a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões, acusado de ocultar armas pertencentes a Lessa e de outras ações para atrapalhar as investigações.
No domingo (21), o Secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, disse, em suas redes sociais, que o caso será esclarecido e tudo indica que não demorará.
*Da Agência Fonte Exclusiva com informações da EBC. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.