Caso Marielle: Brazão procurou Paes, Bacellar e Cunha antes de prisão
Um dia antes de ser preso, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão procurou autoridades por meio de mensagens. A informação consta em relatório da Polícia Federal (PF) feito a partir de análises dos materias apreendidos na operação que mirou os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Domingos, conforme apurou a PF, mandou mensagem ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que não lhe respondeu. Ele ainda contatou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil); o vereador Waldir Brazão (União); o ex-deputado Eduardo Cunha e o deputado Thiago Rangel (PMB).
“Para Bacellar, Eduardo Cunha e posteriormente para Chiquinho Brazão, Domingos também encaminha diversas notícias jornalísticas acerca do Caso Marielle e Anderson. Não é possível extrair de tais recortes eventual tentativa de embaraçar as investigações em andamento naquele momento”, afirma o relatório da PF.
“Todavia, chamou a atenção da equipe de investigação que o Delegado Giniton Lages, também alvo de medidas cautelares em seu desfavor, relatou à equipe projetada que tinha sido procurado, nesse período, por um Delegado de Polícia Civil intermediário de Domingos para falarem com urgência, o que teria sido repelido”, completa.
Giniton Lages foi um dos delegados responsáveis por investigar o assassinato de Marielle Franco e, segundo as investigações, teria atuado na obstrução do caso.
O mesmo documento indica que Domingos Brazão organizou um almoço na véspera da operação em que foi preso para discutir o Caso Marielle. De acordo com a análise dos investigadores, o encontro teria a intenção de tratar de assuntos relacionado à investigação. O local escolhido foi um restaurante na Avenida Presidente Roosevelt, São Francisco, Niterói (RJ).
