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Carlos Massa, o peronista que domou a zebra da ultradireita argentina

O primeiro turno da eleição presidencial da Argentina foi marcado por uma reviravolta neste domingo (22). O candidato da frente peronista da União pela Pátria (UxP), Sérgio Massa, foi o mais votado com 36,68% dos votos, contrariando todos os prognósticos que favoreciam o candidato da ultradireita, Javier Milei, da Javieibertad Avanza, que obteve 29,99%.

Com este resultado, os dois candidatos voltam a se enfrentar no segundo turno, marcado para 19 de novembro. Os candidatos Patricia Bullrich, do Juntos pelo Câmbio (JxC); Juan Schiaretti, do We Do for Our Country (HxNP) e Myriam Bregman, da Frente de Esquerda e Trabalhadores (FIT) ficaram fora da disputa. 

Os números deste domingo não foram suficientes para eleger o novo governo, porque a legislação eleitoral da Argentina estabelece que deve haver uma diferença de 10 pontos entre o candidato mais votado e o segundo se nenhum deles ultrapassar 45% dos votos.

Com 98,37% das urnas apuradas, Milei conseguiu um apoio nas urnas de 29,99 pontos, quase semelhante ao que já havia conseguido nas primárias abertas simultâneas e obrigatórias em agosto passado, mas Massa mostrou uma recuperação notável, de cerca de 9 pontos percentuais, em relação aos 27,7% obtidos anteriormente. 

Por outro lado, Bullrich caiu de 28,24% dos votos para 23,83% no domingo. Muito atrás em números ficaram Schiaretti, embora o representante do peronismo de Córdoba tenha conseguido dobrar o apoio que havia obtido nas primárias e agora tinha 6,79% dos votos, e Bregman, que quase repetiu os resultados de agosto, com 2,69%.

Segundo turno em novembro

O mapa mostrado pelas eleições será reconfigurado em 19 de novembro, quando os eleitores dos 24 distritos do país terão que escolher na categoria de presidente e vice-presidente entre os dois binômios compostos por Massa-Agustín Rossi ou Milei-Victoria Villarruel.

As expectativas para as próximas três semanas estarão focadas em como serão redirecionados os votos dos outros três presidenciáveis, que reconheceram suas derrotas e evitaram definições sobre apoios futuros no último teste eleitoral.

O desafio para UxP e LLA será, então, capturar o favoritismo nas urnas e convencer os eleitores que optaram por outras forças neste domingo.

Em seu discurso após a divulgação do resultado, Massa voltou a pedir um governo de unidade nacional com “o melhor de cada força política”. Ele propôs iniciar uma “nova etapa institucional na política argentina” e prometeu não falhar aos eleitores que lhe deram seu apoio apesar das dificuldades.

“A partir de 10 de dezembro vou cuidar de todos os argentinos”, disse Massa em sua mensagem.

Milei, por sua vez, ao falar com seus seguidores após a divulgação dos números, pediu ao eleitorado do JxC que o acompanhasse no segundo turno e pareceu adotar parte do discurso de campanha de Bullrich quando pediu “o fim do kirchnerismo” e comparou o partido no poder a uma “organização criminosa”.

Vantagem em Buenos Aires 

As chaves para a vitória de domingo para o ministro da Economia tinham pontos claros de apoio em termos de números: ele era o favorito em 13 dos 24 distritos (Formosa, Chaco, Corrientes, Entre Ríos, Santiago del Estero, Catamarca, Tucumán, La Rioja, La Pampa, Río Negro, Santa Cruz e Terra do Fogo).

Mas, além disso, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof (UxP), aumentou o volume de apoio obtido na Opas e esticou a diferença com que havia superado em agosto seus adversários Néstor Grindetti (JxC), que obteve 26,61% e Carolina Píparo (LLA), 24,61%.

Kicillof, não só foi consagrado governador eleito para um novo mandato a partir de 10 de dezembro com 45% dos votos, como contribuiu para o crescimento de 10 pontos da chapa presidencial UxP no distrito.

“A província de Buenos Aires continua acreditando em mais Estado, mais solidariedade e mais Pátria”, refletiu Kicillof em um discurso que se ofereceu assim que os resultados ratificaram sua vitória e pediu a continuidade da campanha a favor de Massa, em busca de um distrito “industrializado” e de um futuro governo que se comprometa “com o que falta”.

A cidade de Buenos Aires também gerou surpresas animadoras para o partido governista nacional: o apoio à chapa presidencial do UxP cresceu no distrito, assim como à candidatura à chefia do governo de Buenos Aires de Leandro Santoro, que acumulou pouco mais de 32,19% (10 pontos a mais que no PASO).

Em primeiro lugar na corrida para suceder Horacio Rodríguez Larreta, Jorge Macri (JxC) ficou posicionado com 49,64% e, caso não atinja os 50% exigidos pela Constituição de Buenos Aires, também terá que disputar no segundo turno a chefia do governo de Buenos Aires com Santoro.

Por outro lado, Ramiro Marra (LLA) ficou muito atrás em terceiro lugar com 13,9% e Vanina Biasi, do FIT, 4,3%, em último lugar.

Quanto à renovação de metade dos assentos no Legislativo, o partido governista de Buenos Aires, o JXC, manteve a maioria, embora tenha perdido um assento, enquanto o UXP permanecerá como a segunda força com 18 assentos próprios, de acordo com os resultados provisórios deste domingo.

*Da Télam Digital com edição da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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