Campanha de Javier Milei denuncia risco de fraudes eleitorais neste domingo na Argentina

A campanha do candidato liberal Javier Milei apresentou nesta sexta-feira, 20, uma denúncia formal à Justiça Eleitoral argentina para denunciar riscos de fraudes e pedir uma série de medidas para garantir a transparência das eleições gerais que ocorrerão neste domingo, 22.

A Justiça Eleitoral argentina abriu uma investigação preliminar após as declarações que Milei fez recentemente em um programa de televisão sobre supostas fraudes na eleições prévias realizadas em agosto passado.

Naquele pleito Milei se tornou o candidato mais votado, com mais de 30% dos votos, superando os candidatos governista, Sergio Massa, e da oposição de centro-direita, Patricia Bullrich.

Mesmo assim, Milei explicou que devido ao roubo de cédulas sofrido pelo seu partido, La Libertad Avanza, houve várias seções eleitorais em que obteve zero votos nas prévias.

As eleições na Argentina poderiam se decidir já neste domingo, pois Milei poderia obter mais de 40% dos votos e superar em 10 pontos percentuais o segundo colocado, como previsto pelas regras eleitorais locais.

Entenda a denúncia de possíveis fraudes eleitorais na Argentina

A campanha do candidato liberal alertou sobre vários problemas que poderiam ocorrer nas eleições gerais do próximo domingo.

Em reunião com o fiscal eleitoral Ramiro Gonzáles, o representante do La Liberdad Avanza pediu que não haja cédulas perdidas nas seções eleitorais. Para a sigla, apenas essa fraude teria custado entre 3% e 5% dos votos para Milei.

Além disso, o partido alertou sobre a falsificação das cédulas de La Libertad Avanza.

Por isso, pediu ao fiscal que as cédulas impressas com erros fossem contadas como válidas, pois “refletem de forma clara e precisa a vontade do eleitor”.

Na Argentina as cédulas eleitorais são distribuídas diretamente pelos partidos políticos, e devem ser levadas pelos eleitores até a seção eleitoral.

Há também a possibilidade de retirar as cédulas no local de votação, mas elas ficam dentro da cabine eleitoral, e podem ser danificadas ou roubadas por eleitores hostis a candidatos sem serem vistos pelos mesários.

Ou também substituídas com cédulas falsas. Se a cédula for considerada fraudada, o voto é anulado. Mesmo se por pequenos detalhes de impressão, como o logotipo do partido ou um banner.

Por isso, houve no passado casos de cédulas falsificadas por partidos para invalidar o voto dos rivais.

A Oeste visitou escritórios do La Liberdad Avanza na Grande Buenos Aires, e conversou com deputados do partido, voluntários e mesários. Todos manifestaram fortes preocupações sobre o risco de fraudes eleitorais.

Denúncia sobre infiltração no sistema de escrutínio eleitoral eletrônico

O representante do La Liberdad Avanza também exigiu os nomes dos “10 superusuários” que poderão entrar no sistema eletrônico que será utilizado no escrutínio provisório.

Segundo o partido, esses usuários podem entrar a qualquer momento no sistema e modificar os dados do escrutínio. Não haveria controle dos ingressos no sistema, nem sobre os nomes desses superusuários.

Após as denúncias, o procurador eleitoral abriu uma investigação preliminar, mas pediu para o partido de Milei que apresente provas para sustentar a denúncia de possível fraude eleitorais na Argentina.