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Boulos e Marçal direcionam ataques a Nunes, mostra ferramenta da Folha

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram na manhã desta segunda-feira (24) do debate Folha/UOL, marcado por discussões sobre religião, corrupção e drogas.

Em um ciclo de debates com episódios de violência física, o encontro desta segunda teve boa parte do tempo usada para ofensivas de Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB) a Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), líderes de intenção de votos na pesquisa Datafolha.

A mensuração é do Debate em Números, ferramenta da Folha que transcreve as falas dos candidatos e as categoriza em diferentes tópicos.

Outro marco deste debate, o penúltimo da corrida eleitoral, é que os candidatos não trataram de cracolândia (a palavra foi citada em outros contextos, sem aprofundamento sobre a crise) e de temas ligados a meio ambiente.

Na reta final da campanha, a corrupção foi um tópico muito explorado tanto por Boulos como por Nunes.

“Não tem condição um prefeito que ficou ausente três anos, aparece agora em tempo de eleição, favoreceu amigos e compadres, isso está sendo investigado, a máfia das creches está sendo investigada pela Polícia Federal, isso é fato e você sabe. A questão das obras emergenciais está sendo investigada pelo Ministério Público, não adianta negar a realidade”, disse o candidato do PSOL.

“Infelizmente tenho que vir aqui, gastar do meu tempo, queria falar das coisas, mas são alguns segundos. Das mentiras aqui do Guilherme Boulos, olha, eu não admito, eu não permito qualquer tipo de corrupção. Eu combato corrupção, é a minha história de vida. Nunca tive indiciamento, nunca tive uma condenação”, afirmou Nunes.

Quem mais falou de saúde foi Tabata, seguida do atual prefeito. Como em outros debates, ela destacou que, em seu plano, “toda UBS vai ter uma equipe de saúde mental e toda escola vai ter um psicólogo”.

“A gente vai finalmente olhar, inclusive para as cracolândias da cidade, enxergando, sim, um bandido e fazendo esse combate junto com a polícia, mas também enxergando o doente e entendendo que não é diferente de um câncer.”

O atual prefeito destacou o caixa da cidade: “o orçamento da saúde era de R$ 10 bilhões, este ano está em R$ 21 bilhões. A gente tem que ter todo esse equipamento funcionando, toda essa estrutura da cidade funcionando e a gente só faz isso quando tem recurso”.

Sobre o tema, Marçal posicionou-se, novamente, contra a liberação de drogas. “Se a gente não está conseguindo controlar as pessoas em relação a apostas, hoje o brasileiro investiu 56 bilhões em apostas, você imagina com droga liberada.”

Tabata também foi quem mais explorou o tópico segurança pública, mencionando ações contra feminicídio e roubo de celular. Nunes destacou a ampliação que sua gestão deu ao programa Guardiã Marinha da Penha.

Boulos foi quem usou mais tempo para falar de educação, com ênfase a uma proposta para autistas. “Queria falar a respeito de pessoas com deficiência, que para mim é um tema muito caro. A gente vai colocar auxiliares da vida escolar em todas as escolas municipais de São Paulo. Vamos criar centros de referência dos autistas em todas as regiões da cidade”, disse.

As citações entre candidatos também foram mais intensas em relação a outros debates.

De todas as menções feitas pelo prefeito Ricardo Nunes, 52% foram de Boulos. Nunes e o candidato psolista citaram a candidata Tabata, em quarto lugar nas pesquisas, apenas uma vez.

Já Boulos fez 31 citações ao candidato à reeleição –67% de todas as suas menções.

Pablo Marçal, ainda que tenha maior número de citações contra o atual prefeito, ampliou a frente também contra Boulos e Tabata.

A candidata do PSB fez 17 citações diretas aos outros candidatos, em maior peso contra Marçal. O destaque fica para a citação da candidata Marina Helena (Novo), que não estava no programa.

A ferramenta desenvolvida pela Folha analisa as temáticas e menções feitas pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo durante os debates.

O programa desta segunda foi gravado, convertido em áudio e processado por uma plataforma de transcrição de inteligência artificial. Após a decupagem, o conteúdo foi revisado e classificado dentro de nove categorias: cracolândia, segurança, educação, corrupção, meio ambiente, mobilidade, saúde, urbanismo e infraestrutura, além do direito de resposta.

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