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As milícias no poder: Domínio territorial e os enlaces com a política fluminense

As milícias já dominam 10% do território do Estado do Rio, segundo destacou o especialista em Segurança Pública, Paulo Albuquerque, com base em dados do Instituto Fogo Cruzado, em abril deste ano.

Albuquerque, na ocasião, foi entrevistado pela jornalista Cláudia Freitas no programa Direto da Redação. 

Na entrevista, o especialista alertava para o poder financeiro e bélico dos milicianos, que conseguiram uma rápida evolução em domínio territorial ao longo dos últimos anos. 

Uma demonstração de poder dos milicianos ocorreu na segunda-feira, dia 23 de outubro, quando uma dessas facções criminosas incendiou 35 ônibus na zona Oeste do Rio de Janeiro e também ateou fogo em uma cabine de trem em Santa Cruz 

As milícias não têm apenas poder territorial. Tem poder financeiro, inserção no ambiente político político e até mesmo financiando campanhas eleitorais de prefeitos, obtendo fatias de fornecimento de insumos e até mesmo com obras nas prefeituras. 

A situação é grave, mas quem terá que enfrentar o problema é o governo estadual. O máximo que o governo Federal vai fazer é fornecer apoio tecnológico e logístico, com a participação da Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. A intervenção do Exército está descartada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula é taxativo em afirmar que não decretará GLO, Garantia da Lei e da Ordem, no Rio de Janeiro. 

Na última semana, o presidente voltou a afirmar que o papel das Forças Armadas e da Polícia Federal no combate ao crime organizado é de apoio ao governo local, não de substituir o policiamento estadual.

Para Lula, a decisão de não intervir na segurança do Rio de Janeiro se deve também pela experiência ocorrida em 2018, no governo Michel Temer, quando, segundo ele, se gastou uma fortuna com o Exército e nada foi resolvido.

O combate às milícias atualmente passa pela combate ao poderio bélico, territorial, mas também ao domínio em gabinetes parlamentares, porque nos últimos anos, além de nomeações em assessorias parlamentares, milicianos também foram contemplados com comendas sem qualquer constrangimento para os seus patronos.  

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