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As histórias das vítimas do 5º maior acidente aéreo do país

Médicos, professores universitários, aposentados, pai e filha, casal fitness. O avião da VoePass, a antiga Passaredo, caiu no começo da tarde desta sexta-feira (9/8) na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, com 62 pessoas, 58 passageiros e 4 tripulantes. Nenhum sobrevivente entre as vítimas.

O comandante da aeronave era o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos. Ainda completavam o time de tripulantes o copiloto Humberto Campos Alencar e Silva, 61, e as comissárias de bordo Debora Soper Avila, 28, e Rubia Silva de Lima, 41.

Danilo trabalhava na companhia aérea desde novembro de 2022. Nas redes sociais, ele ressaltava ter mais de 10 anos de experiência na indústria da aviação, tendo voado em vários tipos de aeronaves, incluindo Airbus A320/A330, em rotas nacionais e internacionais. O piloto destacava ter entre suas principais competências a aviação comercial, pilotagem e segurança de voo.

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A passageira mais nova identificada até o momento era a pequena Liz Ibba, de apenas 4 anos. Ela viajava com o pai, Rafael Fernando dos Santos, para São Paulo. Passariam o dia dos pais juntos.

Já a fisiculturista Daniela Schulz e o marido Hiales Fodra chegaram a postar stories momentos antes de embarcar. Eles estavam a caminho dos EUA. Além de fisiculturista, Daniela era empresária e compartilhava conteúdo sobre vida fitness nas redes sociais. Hiales era engenheiro agrônomo e trabalhava na Agro Bayer Brasil. Ele faria aniversário no próximo dia 17 de agosto.

Antonio Deoclides Zini Junior, conhecido como Zini, e sua esposa Kharine Gavlik Pessoa Zini também estavam no voo. Ele foi goleiro da equipe Cascavel Futsal durante os anos de 2004 e 2005. O time, tradicional na modalidade, publicou uma nota expressando “tristeza com a perda irreparável de um casal ainda jovem com um futuro imenso pela frente”.

No texto, o clube lembrou que Antonio desistiu da carreira de jogador de futsal para cuidar das empresas da família, a transportadora Pra Frente Brasil e a rede de posto com o mesmo nome.

Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim eram duas jovens médicas residentes no Hospital do Câncer Uopeccan, em Cascavel, no Paraná. Elas estavam se especializando em oncologia.

Inicialmente, a VoePass divulgou que 62 pessoas estavam a bordo do avião, mas corrigiu a informação algumas horas depois, confirmando a presença de 61 pessoas no voo, 57 passageiros e 4 tripulantes. Neste sábado (10/8), o número foi corrigido novamente para 62.

Corpos carbonizados

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as polícias Federal, Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros estão atuando na identificação das vítimas.

Segundo ele, a carbonização dos corpos dificulta a identificação. “Alguns corpos vão ter grande dificuldade no primeiro momento, avaliando identificação, a gente vai fazer de outras maneiras”, disse o secretário. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está realizando imagens do local e o espaço aéreo foi fechado, acrescentou.

Derrite disse que a Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar a causa da queda, mas ressaltou a possibilidade da Polícia Federal entrar nas investigações. “Não vejo problema em instauração na Polícia Federal, o objetivo no final das contas é trabalhar em conjunto, juntar as peças do quebra-cabeça, e entender qual foi a real causa desse acidente”, disse.

Mais cedo, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Cássio Marques, afirmou que o avião não atingiu pessoas no solo. De acordo com ele, a aeronave caiu em um terreno vazio.