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Alternativas para aliviar dores da chikungunya – O Norte

Efeitos da doença permanecem no corpo mesmo depois da fase aguda
(Arquivo Pessoal)
Tanto a chikungunya quanto a dengue são doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt e podem causar dores intensas nas articulações. Em Montes Claros, o surto das doenças tem assustado a população por causa do crescente número de vítimas. Já são mais de 5 mil casos registrados e três óbitos.
O professor de educação física Marconi Câmara, de 44 anos, é uma delas. Com dengue há sete dias, ele conta que não para de sentir dores mesmo depois de tomar o que lhe foi receitado. “Nos três primeiros dias fiquei com febre de mais de 40º grau, a dipirona não abaixava e muita dor em todas as articulações. Dores internas, como abdominal, dor para urinar, dor para evacuar, dor de cabeça muito intensa, a boca muito seca em todos esses dias. O que notei foi que o remédio não ajudou muito”, afirma. 
Marconi acabou se automedicando, em busca de alívio para o mal-estar intenso. “Tomei dipirona de seis em seis horas, não adiantou. Aí optei por tomar um remédio mais forte à base de codeína”, informa. 
O médico emergencista Antônio José Cedrim Filho explica que autome-dicação é prática extremamente perigosa. “O problema do brasileiro é que temos uma cultura peculiar de automedicação. Sempre achamos um colega pra indicar alguma coisa e o cidadão começa a tomar. O que temos visto nas portas dos prontos-socorros são pacientes que muitas vezes chegam com dose inadequada de corticoide. A reincidência dos sintomas é comum quando o paciente toma mais do que deveria ou cessa o uso. A orientação é que passem por um médico e sejam realmente orientados de uma forma correta”, ressalta o médico.
 
Tratamento adequado 
Além dos sintomas durante a doenças, as sequelas têm sido comuns a quem é acometido pela chikungunya ou dengue. Portanto, alertam os profissionais da saúde, é preciso ficar atento e, além de fazer o tratamento correto, buscar cuidados na fase pós-aguda.
Se durante a fase aguda a recomendação médica é tomar dipirona e se hidratar. Mas para os pacientes que saem da fase aguda e vão para uma fase pós-aguda, que dura de 15 até três meses ou entram na fase que em a doença fica crônica, quando a dor dura até mais de três meses, ele recomenda outras estratégias terapêuticas. “Tem o Corde terapia, pois, esses pacientes passam a desenvolver uma poliartrite crônica, ou seja, transformação das articulações que tendem a cronificar, muitos deles podem começar a ter dor articular limitante. Nessa fase o indicado é o uso do corticoide nos pacientes que não tem contraindicação ao uso dele. O uso do medicamento é para tentar diminuir as respostas inflamatórias do próprio organismo do paciente. Geralmente o tratamento é limitado a isso aí”, explica Cedrim.  
 
NÃO CONVENCIONAL
Entretanto, Cedrim admite que outros métodos podem ajudar bastante, principalmente na fase pós-aguda, principal reclamação dos pacientes. “A fisioterapia, a acupuntura, a medicina oriental ajudam nos tratamentos das dores, principalmente nos pacientes que tendem a cronificar e podem evoluir com dor neuropática. A acupuntura traz benefícios para esses pacientes, sim”, afirma. 
Para tratar essas sequelas deixadas principalmente pela chikungunya, o fisioterapeuta do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HC), Igor Raineh, usa não apenas o tratamento tradicional da fisioterapia, mas outras técnicas. Tudo com o objetivo de levar alívio aos pacientes.
“No ambulatório do SUS do Hospital das Clínicas temos acupuntura. Temos vários casos de pessoas que procuraram a acupuntura e saíram satisfeitas, porque se curaram”, diz o especialista em medicina chinesa. 
No entanto, fundamental mesmo, antes de buscar qualquer tratamento, é fazer uma visita ao médico em busca de orientações corretas.

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