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Advogada é presa pela polícia por racismo acusada de xingar funcionário negro de lanchonete de 'macaco sujo'

Uma advogada foi presa em flagrante pela Polícia Militar (PM) após ter sido acusada de racismo por um funcionário negro de uma lanchonete em Moema, Zona Sul de São Paulo. Ela também vai responder por embriaguez ao volante.

O caso ocorreu na noite desta quinta-feira (25) numa das unidades do Burger King de Moema. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a mulher alterada.

Pablo Ramon da Silva Ferreira, de 25 anos, supervisor do Burger King, falou para os policiais que a advogada Fabiane Marques, de 47 anos, o ofendeu e xingou com palavras racistas, o chamando de “macaco sujo”. Segundo ele disse, a cliente estava “alterada” no drive thru exigindo que fosse atendida em cabines que estavam fechadas.

“Aí já no carro, ela gesticulou novamente e me chamou de ‘macaco’ e ‘macaco sujo’. Aí eu me revoltei. eu não ia agredi-la, mas foi aí que eu desferi um soco no retrovisor do carro”, contou Pablo.

Nos vídeos gravados por Pablo, outras testemunhas e pelas câmeras de segurança do Burger King, e que foram compartilhados nas redes sociais, Fernanda não diz que se tivesse chamado o funcionário de ‘preto’ e ‘macaco’ isso não seria motivo para ele danificar o veículo dela.

“Falou que eu chamei de ‘preto’ de ‘macaco’… viajou na maionese. E daí se eu tivesse chamado? Isso não é justificativa pra quebrar meu carro. Não é”, diz Fabiane, no vídeo gravado por outras testemunhas.

 

“Quem é o macaco agora? Quem é o preto agora? Você tem sorte que eu não quebrei a sua cara…”, diz Pablo no vídeo gravado por ele mesmo no qual mostra Fabiane.

A Polícia Militar foi chamada por testemunhas para atender o caso. Chegando ao local, os policiais militares contaram que encontraram Fabiana “visivelmente alterada” e “embriagada”.

“A mesma se recusou a fazer exame do etilômetro [bafômetro], e foi encaminhada ao IML [Instituto Médico Legal] para a realização de exame de constatação de embriaguez”, informa trecho da nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o caso.

Fabiane foi levada presa para o 27º Distrito Policial (DP), Campo Belo, que registrou o caso como “embrigaguez ao volante” e “injúria racial”. O crime é inafiançável e não prescreve.

A mulher passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (26) para a Justiça decidir se ela continua presa ou será solta. A reportagem tenta contato com a defesa de Fernanda e com o Burger King para comentarem o assunto.

Pablo contou à reportagem que já foi vítima de racismo em outras ocasiões cometido por outras pessoas.