“Acabou para Israel: a desescalada do conflito tornou-se crucial”, diz ex-oficial da CIA
Na guerra entre Israel e Hamas existem “realidades” em confronto: o que realmente acontece no terreno e as versões turbinadas pela mídia ocidental, cuja linha editorial está focada em criminalizar a população palestina e vitimizar o estado de Israel com sua campanha de limpeza étnica na Faixa de Gaza.
Com isso, a narrativa corrente enaltece a supremacia bélica israelense frente a um suposto inimigo em seus dias derradeiros.
Mas a realidade do terreno demonstra exatamente o contrário do que propaga ou pretende a corrente midiática ocidental, segundo análise do ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos, Scott Ritter. Por meio de uma postagem na rede social X (antigo Twitter), ele ironiza a cobertura da mídia ocidental, afirmando que “observar a mídia dos EUA lidando com a disfunção israelense é fascinante”.
Watching the US media cope with Israeli dysfunction is fascinating.
CNN reports as if Israel is in the driver’s seat.
The IDF is demoralized, panicked over urban warfare it can’t fight.
Israeli leadership is in chaotic collapse.
International opinion is flipping, as the world…— Scott Ritter (@RealScottRitter) October 15, 2023
“A CNN relata como se Israel estivesse no comando. As FDI (Força Aérea Israelense) estão desmoralizadas, em pânico com a guerra urbana que não podem combater”, escreveu.
“A liderança israelense está em colapso caótico. A opinião internacional está a mudar, à medida que o mundo se mobiliza em prol dos palestinianos e da resistência. A ofensiva (invasão terrestre de Gaza) foi adiada pelo ‘clima’, embora a Força Aérea Israelense possa voar em todas as condições. Acabou para Israel. Eles simplesmente não percebem isso ainda”, afirmou Ritter.
Scott Ritter avalia que a situação será ainda mais desfavorável para Israel se outros atores, como o grupo Hezbollah (no Sul do Líbano) e o Irã deflagrarem outras frentes de batalhas.
“Se os decisores políticos dos EUA acreditam que dois grupos de batalha de Cartier irão intimidar o Hezbollah ou o Irã, eles nada sabem sobre nenhum deles”, pontuou.
Para o analista, a desescalada deste conflito torna-se crucial para Israel, porque o país está vulnerável a sofisticação dos armamentos do Hamas, do Hezbollah e outros atores regionais que podem ser arrastados para o conflito.
“E não há nada que Israel possa fazer para impedir que o míssil atinja o alvo pretendido. É por isso que a desescalada é tão importante. Cada voz pró-israelense que pede vingança está apenas selando o destino da terra e das pessoas que afirmam viver. A melhor maneira de vencer uma guerra com o Irão não é começar uma. O resultado será muito melhor para todos os envolvidos”, destacou Scott Ritter.
O ataque surpresa da Tempestade Al-Aqsa
No sábado (07), o Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas) lançou a Operação Tempestade de Al-Aqsa, um ataque surpresa multifacetado que incluiu uma enxurrada de lançamentos de foguetes e infiltrações nos territórios ocupados por Israel por terra, mar e ar. Durante o conflito, 1300 israelenses foram mortos até agora.
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Em comunicado, o Hamas afirmou que a operação é uma retaliação ao ataque contínuo à mesquita de Al-Aqsa, em Al-Quds (Jerusalém) ocupada, e à crescente violência de colonos israelenses contra palestinos, que se intensificaram com a chegada ao poder do gabinete de extrema direita de Netanyahu, incluindo seu ministro da Segurança, o extremista Itamar Ben Gvir.
Depois de não conseguir lidar com os combatentes palestinos, o regime israelense começou a lançar ataques indiscriminados e brutais na Faixa de Gaza e impôs “um cerco total” a Gaza, privando os moradores do enclave costeiro de água, eletricidade, comida e combustível em meio ao conflito em curso como uma “punição coletiva”, conforme foi denunciado na segunda-feira (09) pela ONG Human Rights Watch (HRW), observando que a medida é “um crime de guerra”.
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