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Queda no banheiro, atendimento de emergência e pontos na cabeça: como foi o acidente doméstico que levou Lula a cancelar viagem à Rússia

Segundo auxiliares próximos, Lula está ativo e caminhando. O presidente está conversando neste domingo com ministros que iriam acompanhá-lo até a Cúpula dos Brics para reajustar sua participação, entre eles Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

A equipe médica de Lula avaliou que seria prudente o presidente cancelar a viagem até a Rússia e permanecer em repouso. Ele está sendo supervisionado por três neurologistas.

Conforme o boletim médico do Hospital Sírio Libanês de Brasília, Lula teve um “ferimento corto-contuso em região occipital”, o que significa um corte na parte de trás da cabeça. Nessa região está o osso occipital, que se articula com a coluna vertebral, e o lobo occipital, que fica na parte posterior do cérebro. Ele é o responsável pelo processamento visual, com percepção de cor e de profundidade. Uma lesão grave nesta área pode fazer com que o paciente fique cego ou não reconheça objetos, por exemplo.

Segundo pessoas próximas, um exame de ressonância mostrou um pequeno sangrameto, sintoma de uma leve concussão. Por isso, a recomendação foi o presidente ficar em observação nas primeiras 72 horas, as mais críticas para o risco de edema no cérebro. O presidente, apesar da lesão em área sensível, está bem, segundo médicos.

“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês – unidade Brasília, em 19/10/2024, após acidente doméstico, com ferimento corto-contuso em região occipital (parte de trás da cabeça). Após avaliação da equipe médica, foi orientado evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Permanece sob acompanhamento de equipe médica, aos cuidados do Prof. Dr Roberto Kalil Filho e Dra Ana Helena Germoglio”, diz o boletim médico do Hospital Sírio Libanês em Brasília.

Na cidade russa de Kazan, onde ocorre a cúpula dos Brics, Lula estaria na companhia dos ministros de Relações Exteriores, Mauro Vieira, Minas e Energia, Alexandre Silveira, e Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

Agora, ele vai participar por meio de videoconferência e é incerta a participação presencial dos ministros. Segundo a Secom, o presidente “terá agenda de trabalho normal esta semana em Brasília, no Palácio do Planalto”.

A Cúpula do Brics, inicialmente formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, inclui também, desde o ano passado, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia.

Com o ingresso de nações com regimes antidemocráticos, e mais de 30 outros candidatos a fazer parte do clube, como Venezuela e Nicarágua, Lula iria aproveitar a viagem para recorrer ao pragmatismo e levar na mala a defesa de dois pontos considerados prioritários em sua política externa.

São eles a reforma da governança global, com destaque para o Conselho de Segurança da ONU, e a busca de formas de os países do bloco dependerem menos do dólar nas transações comerciais e de organismos multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

O Brasil assumirá a presidência do Brics em janeiro de 2025, mas concentrará suas atividades no bloco no primeiro semestre. Na última parte do ano, o foco será a COP 30, conferência mundial sobre o clima, sediada em Belém (PA).

Agora por videoconferência, a ideia é que Lula possa argumentar que haverá resultados concretos, como aconteceu em 2014, na cúpula realizada em Fortaleza (CE), com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, sigla em inglês), ou Banco do Brics.

A instituição, até hoje, já emprestou mais de US$ 32 bilhões (18% ao Brasil), sobretudo em infraestrutura, com uma forte pegada de sustentabilidade e “funding” formado basicamente no mercado de capitais, principalmente o chinês.

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