Turismo

Trilha peruana, conhecida como a mais bonita do mundo, mostra picos nevados e lagoas azuis

Se você perguntar a um viajante experiente qual é a trilha mais bonita do mundo, provavelmente vai ouvi-lo mencionar os caminhos da cordilheira Huayhuash, um trecho dos Andes ao norte de Lima, no Peru.

Neste roteiro, que pode variar de três dias a mais de uma semana de acampamentos, conforme a sua disposição, o turista vai circular aos 5.000 metros de altitude para observar lagoas azuis de degelo e picos nevados que superam os 6.000 metros, alguns deles, entre os mais altos do Peru, como o gigante Yerupajá.

Menos conhecido do que as trilhas incas, que levam a Machu Picchu, o circuito de Huayhuash é considerado bem mais difícil. Não é preciso ser um montanhista calejado nem ter preparo físico de atleta —aliás, você verá desde alguns idosos acima dos 70 anos até jovens viajantes que nunca pisaram em uma montanha na vida. Porém, vá consciente de que, para conhecer estas paisagens paradisíacas, terá de dormir em barracas instaladas acima dos 4.000 metros, o que dificulta a aclimatação, deixando o visitante mais vulnerável aos sintomas do mal de altitude.

Vale o esforço. Quando o turista chega a cada acampamento no fim da tarde, já satisfeito de apreciar a geografia montanhosa por 5 a 9 horas de trilha, tem sempre uma nova surpresa ao avistar outro belo cenário, adornado pelas tendas coloridas.

Um dos pontos de acampamento mais surpreendentes é o que fica às margens da Laguna Carhuacocha, com vista para as imensas montanhas coalhadas de neve. O espetáculo do pôr do sol muda as cores dos montes, que se refletem na lagoa, passando por tons dourados e alaranjados, antes de a escuridão trazer um comovente céu estrelado e derrubar as temperaturas para baixo de zero.

Se você não for um mochileiro capaz de levar toda a sua bagagem nas costas (isso inclui barraca, saco de dormir e alimentação), o melhor jeito de fazer a trilha é por meio das agências que organizam a expedição, com direito a chazinho de coca, baldinho de água quente na porta da sua tenda todas as manhãs e o serviço dos guias, que vão te dar dicas de segurança pelo caminho e te contar fatos históricos da cordilheira como a angustiante luta pela sobrevivência que inspirou livro e o filme “Tocando o Vazio“, sobre os alpinistas britânicos que se acidentaram em 1985 ao escalar uma das faces da montanha Siula Grande.

Quem sai com pouco tempo de férias ou não tem condições de ficar tantos dias num lugar remoto –sem acesso a tomadas e internet– pode fazer o mini-Huayhuash. No circuito mais curto, os viajantes costumam escolher o trecho que passa pelo mirante de onde se observa uma sequência de três lagoas azuis turquesa no mesmo ângulo de visão.

As agências levam tudo o que é necessário no trajeto e carregam parte da sua bagagem nas mulas. A equipe monta as barracas, oferece refeições quentes, lanches e água fervida para beber na trilha –cuidados que merecem uma gorjeta generosa no último dia.

É possível contratar a viagem com uma agência brasileira, mas sai mais barato se deixar para fazer isso quando chegar a Huaraz, cidade de onde partem diversas opções turísticas para conhecer outras geleiras e lagoas da vizinha Cordilheira Branca.

De Lima, há ônibus confortáveis que partem diariamente para Huaraz. Chegue com alguns dias de antecedência para fazer outros passeios pela região e começar a se aclimatar enquanto pesquisa os serviços das agências.

Pechinche e pergunte todos os detalhes do serviço, desde o momento em que te buscam no hotel até a saída da trilha.

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