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Tragédia no Halloween: ex-chefe da polícia sul-coreana é condenado a prisão por desastre que deixou 159 mortos; entenda

O Tribunal de Justiça de Seul condenou, nesta segunda-feira, o ex-chefe de polícia de Yongsan, Lee Im-jae, a três anos de prisão por negligência, após o desastre no Halloween de 2022, que deixou 159 mortos. A tragédia, ocorrida no bairro de Itaewon, foi um dos piores desastres em tempos de paz da Coreia do Sul.

Lee, o oficial mais graduado condenado até o momento, foi acusado de não ter tomado medidas de precaução, como o controle de multidão e tráfego, apesar dos alertas prévios sobre o risco de grandes aglomerações na área. A Justiça de Seul, por sua vez, afirmou que o “perigo era previsível”.

Na noite daquele 29 de outubro de 2022, milhares de jovens lotaram as ruas de Itaewon para celebrar o Halloween, em um evento que marcou o primeiro fim de semana sem restrições relacionadas à pandemia. Com isso, centenas se aglomeraram em um beco estreito, criando um um ponto de sufocamento mortal.

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Ainda que os moradores tenham alertado a polícia e o Corpo de Bombeiros, o reforço para controlar a multidão demorou a chegar – sendo que a delegacia mais próxima estava a apenas 130 metros do local.

Lee, que foi demitido de seu posto após a tragédia, negou a negligência, e disse à imprensa que respeitava a decisão do tribunal. Porém, não esclareceu se apelaria.

Prisões, julgamentos e investigações

Além de Lee, outros dois policiais de Yongsan também foram condenados por negligência – um recebeu dois anos de prisão, enquanto o outro teve a pena suspensa. Em fevereiro, três ex-policiais foram considerados culpados de destruir evidências que indicavam que a polícia estava ciente dos riscos de segurança nas festividades de Halloween. Três outros oficiais foram absolvidos, pois o tribunal considerou que o controle da multidão não era responsabilidade direta do da delegacia de Yongsan.

A prefeita de Yongsan, Park Hee-young, também foi julgada, mas conseguiu ser absolvida das acusações e permaneceu no seu cargo. O ex-chefe da Agência de Polícia Metropolitana de Seul, Kim Kwang-ho, aguarda julgamento por acusações semelhantes às enfrentadas por Lee.

As famílias das vítimas continuam profundamente insatisfeitas e irritadas com a investigação do governo sobre a multidão mortal. Os promotores indiciaram um total de 23 pessoas, a maioria policiais de médio escalão e autoridades civis.

O inquérito do governo inocentou o Governo Metropolitano de Seul, a Agência Nacional de Polícia e o Ministério do Interior, que supervisiona a polícia e o corpo de bombeiros, de qualquer irregularidade. Em maio, a Assembleia Nacional aprovou uma lei que determinou que outra investigação fosse conduzida por um painel independente.