CovidNotícias

“Novinho do tinder”: criminoso usou app de namoro para aplicar golpe em 37 mulheres

Considerado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) um dos maiores estelionatários amorosos em ação na capital da República, o Novinho do Tinder colecionou dezenas de vítimas, totalizando 37 mulheres que registraram ocorrências policiais contra ele.

O número, no entanto, pode ser bem maior. A PCDF não confirma, mas a coluna apurou que o golpista preso preventivamente nesta segunda-feira (30/9) pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) é Marcelo Henrique Freitas Fonseca (foto em destaque), 28 anos.

Com lábia afiada, o Novinho do Tinder começou a seduzir dezenas de mulheres e provocar prejuízos quando ainda tinha 20 anos. Os estelionatos, segundo as apurações da polícia, começaram em 2017 e se amontoaram nos anos seguintes.

Publicidade

Aplicativos e sites de relacionamentos eram vistos como o ambiente perfeito para o estelionatário amoroso fisgar suas vítimas.

Como um predador, o moreno tatuado enredava, seduzia e ganhava a confiança de mulheres escolhidas a dedo por ele após analisar os perfis de cada uma. Emocionalmente frágeis, as vítimas eram convencidas por falsas juras de amor a fazerem uma série de transferências via Pix.

A reportagem não localizou a defesa do preso. O espaço segue aberto.

Rede de mentiras

De origem humilde e dividindo um casebre com a mãe, em um assentamento na área rural de Brazlândia, o criminoso “incorporava” um advogado de sucesso, com escritórios espalhados pelo país. Quando despia o terno imaginário, o Novinho do Tinder contava às pretensas namoradas que comandava empresas especializadas em investimentos na bolsa de valores.

A investigação, ocorrida no âmbito da Operação Dolus, revelou que o suspeito, após estabelecer breves relacionamentos ou flertes, convencia algumas vítimas a investir em esquemas financeiros, prometendo retornos triplicados em poucas horas. No entanto, os valores investidos não eram restituídos.

Para movimentar o dinheiro das mulheres, o golpista utilizava as contas bancárias de outras vítimas, persuadindo-as a emprestar suas chaves Pix, sob a alegação de que sua conta própria estaria bloqueada. O estelionatário ainda usava o fato de suas vítimas estarem envolvidas emocionalmente para exigir mais dinheiro, inclusive ameaçando encerrar o relacionamento caso as transferências não fossem feitas.

Além das acusações de estelionato sentimental, o homem é investigado por furtos diversos, lesões corporais e estupro de vulnerável no contexto da Lei Maria da Penha.