CovidNotícias

Médico é proibido de exercer profissão após receitar chá de ervas e paciente morrer de ataque cardíaco

Um médico chinês foi proibido de exercer sua profissão por três anos na Austrália após uma série de falhas no tratamento de uma mulher com problemas cardíacos. O caso ocorreu quando o dr. Shuquan Liu, um herbalista conhecido por tratar personalidades como o ex-primeiro-ministro Malcolm Turnbull, prescreveu seu programa exclusivo de jejum e chás de ervas a uma paciente de 41 anos.

De acordo com a mídia australiana News.com.au, a paciente buscava perder peso, mas possuía um histórico de problemas cardíacos. Em janeiro de 2018, a mulher frequentou a clínica de Liu em 16 ocasiões. Em 2 de fevereiro, a paciente foi internada após um ataque cardíaco e diagnosticada com deficiência de potássio e arritmia. Seis dias depois, faleceu.

O Tribunal Civil e Administrativo de Nova Gales do Sul (NSW) não atribuiu diretamente a morte ao programa de Liu, mas ressaltou a ausência de exames e investigações adequadas sobre a saúde da paciente antes de prescrever o tratamento.

Publicidade

Durante todas as consultas, o médico não realizou checagens essenciais, como pressão arterial e frequência cardíaca, justificando que tais práticas eram parte da “medicina ocidental” e não da medicina tradicional chinesa, que ele seguia.

Shuquan Liu se descreve como o principal herbalista chinês do país, já tratou do ex-primeiro-ministro Malcolm Turnbull, e deverá cumprir afastamento de três anos da medicina — Foto: Reprodução

 

O tribunal declarou que o médico praticou em um nível “significativamente abaixo” do esperado e que suas falhas foram “flagrantes” e evidenciaram uma “grave falta de cuidado”. Como resultado, o dr. Liu foi considerado culpado por má conduta profissional e proibido de praticar a medicina por três anos, com seu programa também sendo questionado pela falta de reconhecimento oficial na medicina chinesa.

 

“O dr. Liu parece não ter expressado nenhum remorso real e demonstrou uma completa falta de percepção sobre os riscos que seu Programa de Bem-Estar 101 representa para os pacientes. O dr. Liu parece ter continuado a não reconhecer o risco para os pacientes de realizar seu programa. Além disso, ele parece continuar a acreditar na eficácia do seu programa, apesar das evidências especializadas que lhe foram fornecidas ao longo da história desse assunto, que destacam os seus riscos”, declarou a decisão.