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Marburg: vírus até 88% letal, da família do ebola, deixa seis mortos em novo surto em Ruanda

O escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África disse neste sábado que o novo surto do vírus Marburg em Ruanda, que foi confirmado ontem pelo Ministério da Saúde do país, já deixa 26 casos, dos quais seis morreram.

A maioria das vítimas fatais são profissionais de saúde na unidade de terapia intensiva, afirmou o ministro da Saúde de Ruanda, Sabin Nsanzimana, em declaração nas redes sociais.

Segundo a OMS, os 20 pacientes estão em isolamento, e outras 161 pessoas que entraram em contato com os casos relatados estão sendo monitoradas.

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“Estamos colocando rapidamente em ação todos os aspectos críticos da resposta ao surto para ajudar Ruanda a deter a propagação desse vírus de forma rápida e eficaz”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS África, em comunicado.

O Marburg é um vírus raro da família Filoviridae, mesma do ebola, com uma das taxas de letalidade mais altas já registradas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mortalidade do agente infeccioso pode chegar a 88% dos contaminados.

O patógeno causa uma febre hemorrágica que começa abruptamente, com elevadas temperaturas, dor de cabeça e mal-estar intensos. A maioria dos pacientes desenvolvem quadros graves em até sete dias. Não há vacinas ou tratamentos antivirais disponíveis, embora uma série de fármacos estejam em testes.

A transmissão geralmente acontece por meio de morcegos frugívoros, que se alimentam de frutas. O vírus, porém, pode se espalhar entre humanos pelo contato direto com os fluidos corporais de pessoas contaminadas e por superfícies e materiais infectados.

Os maiores avanços da doença foram na República Democrática do Congo, de 1998 a 2000, e em Angola, de 2004 a 2005, quando foram contabilizados respectivamente 128 e 228 mortos.

Ainda assim, houve surtos esporádicos nos últimos anos na Guiné Equatorial, Gana, Tanzânia, Guiné, Quênia, África do Sul e Uganda, mas com poucos casos e de forma controlada.

Embora os diagnósticos sejam detectados no continente africano, o vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Na época, funcionários de laboratórios adoeceram após entrarem em contato com tecidos de macacos infectados que vieram da Uganda.

Trata-se, portanto, de um zoonose, ou seja, uma doença disseminada normalmente entre animais que passou a contaminar humanos – como foi o caso com o HIV, a Covid-19 e a mpox.

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