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Vítima de estupro coletivo se nega a abortar: “Maior bênção”

Paula Kirsten Peyton, diretora executiva da organização Hope After Rape Conception, que oferece suporte a mães que sofreram abuso sexual, é uma das maiores vozes em defesa da vida de crianças geradas após um estupro.

Ela nasceu em 1991, fruto de um abuso contra sua mãe, e aos 16 anos, em 2017, ela foi vítima de um estupro coletivo que a fez engravidar. Moradora do Tennessee, Estados Unidos, país que permitia o aborto legalmente na época, ela se recusou a tirar a vida do filho.

O relato de Paula se tornou mundialmente famoso em junho de 2020, quando ela concedeu uma entrevista para plataforma Live Action e agora volta a ser relembrada quando o Brasil discute o texto do projeto de lei 1904/2024 que compara o aborto após 22ª semana ao crime de homicídio.

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Enquanto ela se sentia suja e sentindo a dor emocional do crime perverso que ela sofreu, Paula Peyton perdeu a razão de viver e se questionava porque Deus havia permitido que aquilo acontecesse. Depois de tratar as infecções causadas pelo estupro coletivo, ela resolveu fazer um teste de gravidez que deu positivo.

– Naquele momento, eu soube, sem dúvida, que Deus tinha me visto (…). Deus me deu a dor que suportei com um propósito. Ele me deu uma razão para viver. Ele me deu o maior presente de amor e alegria que eu nunca poderia imaginar: a oportunidade de ser mãe de um bebê perfeito – contou.

A então adolescente que se viu grávida após um abuso sexual grave resolveu recusar todos os conselhos de abortar o bebê. Ela relata que ouviu durante toda a gestação frases cruéis como a dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que seu filho seria um monstro.

– Disseram-me repetidas vezes que meu bebê era “mau”, “uma cria de Satanás”, “uma lembrança permanente de estupro”, “nem mesmo uma pessoa”, “nojento”, “um erro”, “a razão sobre por que o aborto existe”, e eles continuaram e continuaram. Essas foram as coisas mais gentis que disseram. Não consigo contar quantas vezes me disseram que eu não poderia amá-lo porque fui vítima de estupro – relembrou.

Ela sabia que aquelas palavras não eram verdadeiras porque ela também nasceu de um estupro e tinha certeza de que não era um monstro ou filha de Satanás. A gravidez de Paula não foi fácil, pois ela sofria sangramentos por conta da infecção causada pelos criminosos que a atacaram. Ainda assim, ela orava para que seu filho sobrevivesse.

Caleb nasceu bem e saudável e sua mãe tem orgulho de dizer que fez certo ao não abortá-lo.

– Nossa história não é triste. É verdade que é marcada por traumas, mas não é triste. Nossa história fala do amor ilimitado e redentor de Deus, que me viu nas profundezas do meu desespero e me deu a maior bênção da minha vida: uma criança concebida em um estupro coletivo, uma criança que muitas pessoas consideraram descartável, uma criança que salvou minha vida, uma criança que sempre foi meu presente sincero e honroso de Deus – disse.

Paula é ativista pró-vida, está casada e teve outros três filhos com o seu esposo.