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Conheça sete mitos e verdades sobre a dengue e o Aedes aegypti – UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

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Risco da doença é maior no verão e em tempos chuvosos. Minas Gerais já registrou mais de 2 mil casos prováveis da doença só em janeiro deste ano
24 de janeiro de 2020 – Aedes aegypti, Dengue, Saúde, Verão

* Gabriela Meireles
Minas Gerais vivenciou quatro grandes epidemias de dengue na última década (2010, 2013, 2016 e 2019), sendo que Belo Horizonte foi um dos principais focos.  Neste ano, a preocupação com a doença tem voltado já que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) registrou 2.246 casos suspeitos só em janeiro, mês em que as chuvas também tem marcado presença, aumentando a probabilidade de criadouros do mosquito.
Por isso, convidamos o infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, para esclarecer sobre formas de contagio, prevenção e tratamento.
Verdade – O verão quente e muito chuvoso próprio da região Sudeste do país favorece o crescimento do número de mosquitos, inclusive do Aedes aegypti transmissor da dengue. Segundo Tupinambás, “a dengue tem apresentado casos de contaminação o ano todo, mas os picos de epidemia surgem, principalmente, durante verões chuvosos”. Isso porque é mais provável o acúmulo de água, ambientes onde o transmissor da doença se reproduz.
Verdade – Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito Aedes aegypti consegue transmitir o vírus para outras pessoas. Dito isso, não há transmissão direta entre as pessoas.
Uma vez que a dengue é transmitida por picadas do mosquito, o professor acrescenta que possíveis criadouros como vasos de plantas, garrafas, pneus ou outros recipientes com acúmulo de água parada devem ser eliminados.
Mito – É importante esclarecer que existem quatro tipos de vírus de dengue: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Segundo dados do Ministério da Saúde, cada pessoa pode ter os quatro tipos, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. “Em outras palavras, quem já contraiu a dengue do sorotipo 1, por exemplo, somente ficará imune à dengue deste mesmo sorotipo, podendo contrair ainda os outros três tipos”, ressalta o professor.
Mito – Os casos típicos da Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) são caracterizados, por exemplo, por febre alta e insuficiência circulatória, de acordo com o Ministério da Saúde. A versão mais ameaçadora da doença é chamada dengue grave, mas é mais conhecida por dengue hemorrágica.
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás “é verdade que o risco de ter dengue hemorrágica’ aumenta a partir do segundo episódio, mas os quadros também podem acontecer na primeira vez em que se contrai o vírus, ou também em todos os episódios”.
Verdade – O professor comenta que uma das principais recomendações para o tratamento dos sintomas é ingerir muitos líquidos. Assim, tomar chás ou sucos pode, de fato, ajudar no alívio do quadro. Entretanto, enfatiza que o benefício das possíveis receitas populares é o fato da hidratação, sendo que nenhuma delas pode ser considerada uma “cura milagrosa”.
Ele também lembra que além da hidratação intensa, “a pessoa deve tomar o medicamento para diminuir a febre, no caso, o paracetamol”.
Mito – Além das dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos e as possíveis manchas vermelhos no corpo, um dos sintomas mais característicos da dengue é a febre alta. Para melhorar esse quadro, o infectologista ressalta que “o tratamento dos sintomas da dengue consiste na reposição de líquido e combate à febre”. Por isso, o uso de remédios antitérmicos é, inclusive, indicado.
Mito – Unaí conta que o medo em relação às sequelas, possivelmente, está relacionado à perda de sangue por dengue hemorrágica ou a complicações neurológicas que podem ser decorrentes de quadros de infecção. Entretanto, após o quadro grave da doença, a pessoa recupera a saúde totalmente. Assim, quando tratada corretamente, a dengue não deixará sequelas.
O Aedes aegypti também é transmissor da febre amarela, no ciclo urbano, doença com alta gravidade clínica, mas com disponibilidade de vacina para prevenção; do Zika Vírus, que tem complicações neurológicas e associação com o aumento dos casos de microcefalia; e da Chikungunya, que pode causar dores nas articulações e outras sequelas por meses ou anos.
*Gabriela Meireles – estagiária de jornalismo
Edição: Deborah Castro
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