PoliciaSegurança

Zinho, chefe da principal milícia da Zona Oeste do Rio, deixa Bangu e é transferido para penitenciária de MS

“Fica evidente que a permanência de ‘Zinho’ no Estado do Rio de Janeiro poderá significar a continuidade da sua relevância criminosa em um já conturbado cenário de disputas territoriais, trazendo um grande risco de desestabilizar a segurança pública e o sistema penitenciário Estadual; a transferência do interno em tela para o Sistema Prisional Federal dificultará possíveis articulações intramuros, e, por conseguinte, o fluxo de ordens emanadas do interior de unidades prisionais para comparsas extramuros, além de contribuir para manutenção da ordem e segurança públicas”, dizia uma parte do pedido de transferência elaborada pela promotora do 2º Tribunal do Júri, Simone Sibílio.

“E pior. Líder e seu braço direito acautelados juntos, no mesmo estabelecimento prisional! Ao que tudo indica, portanto, a ordem pública continuará sendo esvaziada caso os acusados permaneçam no sistema penitenciário estadual – e ainda mais grave, juntos, no mesmo presídio. Forçoso, portanto, o distanciamento dos acusados de seus asseclas, e um do outro, para cessar as articulações criminosas, evitando o contato e o fluxo de comunicações com demais integrantes da malta. Neste diapasão, é imprescindível a transferência dos acusados para estabelecimentos federais de segurança máxima diferentes, visando assegurar a paz social, aplicando uma medida emblemática para fortalecer a política de segurança pública atualmente aviltada pelas condutas praticadas por criminosos contumazes que se arvoram em poder paralelo ao Estado, gerando instabilidade e os sentimentos de insegurança, impunidade e injustiça”, afirma a promotora, na representação pela transferência assinada em 30 de janeiro deste ano.

Às vésperas do Natal do ano passado, Zinho se entregou na sede da Superintendência da Polícia Federal do Rio, após um acordo que ele fez com o delegado federal que o investigava, por intermédio da Secretaria de Segurança Pública. Além de casos relacionados ao poderio da milícia em Santa Cruz e adjacências, na capital; Nova Iguaçu e Itaguaí, o miliciano tem informações cruciais sobre o suposto envolvimento de políticos com o grupo paramilitar.

Uma das investigadas pelo suposto vínculo com quadrilha é a deputada Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), que ficou afastada da Assembleia Legislativa do Rio de dezembro até a última terça-feira. Em dezembro de 2018, a parlamentar foi alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal que apontavam a participação efetiva dela com a organização criminosa de Zinho e seus irmãos. Lucinha nega a participação.

source

Compartilhe:
WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com