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Eduardo Paes é um candidato de esquerda em 2024?

Lula e Paes em frente a ônibus do BRT do Rio – Foto: Ricardo Stuckert

PSB, PDT, PT, Solidariedade e Podemos, esta é, neste momento (2/4), a aliança que apoia o prefeito Eduardo Paes (PSD) para sua reeleição em 2024. Ao analisar esta chapa, já se pode inferir um apoio a uma candidatura de esquerda, ou, mais precisamente, de centro-esquerda. Não é por acaso que Otoni de Paula, candidato a prefeito pelo MDB, tem utilizado o apelido “Dudu do PT” para se referir a Paes.

Com a saída do Republicanos, partido de Marcelo Crivella, da aliança e diante das incertezas sobre o apoio do União Brasil, um partido de ideologias diversas, à reeleição do prefeito, a candidatura de Paes parece adquirir cada vez mais uma característica progressista. Nesse contexto, destaca-se apenas o deputado federal Tarcísio Motta (PSol), que tem expressado interesse em conquistar o apoio do PT para sua campanha.

Atualmente, há quatro candidatos de direita: Otoni de Paula, Delegado Ramagem (PL), Pedro Duarte (Novo) e Rodrigo Amorim (UB), e um de centro, Marcelo Queiroz (PP). É inegável que, em uma cidade onde Jair Bolsonaro (PL) obteve 47% dos votos contra 43,47% de Lula (PT), em um cenário de profunda divisão ideológica, ser identificado como um candidato de esquerda pode trazer desafios à campanha de Paes.

A insistência do Partido dos Trabalhadores em indicar o vice de Paes, especialmente Anielle Franco, cuja principal credencial política é ser irmã de Marielle Franco, não é bem-vista. Do eleitor de centro ao conservador, Anielle é vista como representante de valores fortemente rejeitados por setores conservadores, como o costume de identificar aqueles fora de seu círculo como racistas, homofóbicos e transfóbicos, promovendo uma visão de uniformidade ideológica.

É sabido que, em caso de vitória, Paes governará por pouco mais de um ano antes de se desincompatibilizar para concorrer a governador, tornando crucial a escolha de seu vice. Mesmo que o escolhido não seja Anielle, mas outro nome do PT, como André Ceciliano, a candidatura tende a ser marcada como de esquerda.

O melhor vice seria Pedro Paulo (PSD), sinalizando continuidade administrativa e mitigando receios de que um representante de esquerda assuma em 2026. Contudo, isso requer que a liderança do PT reconheça sua real influência na política do Rio, onde nunca obteve grande representação na Câmara de Vereadores. Persistir na indicação do vice pode ser um erro, assim como ameaçar se afastar da campanha de reeleição do prefeito. Para Eduardo Paes, talvez seja mais vantajoso se distanciar dessas disputas partidárias, posicionando sua candidatura como gestora da cidade, nem de direita, de esquerda ou centro, bem como seu partido PSD.

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