Questão fundiária foi uma das motivações da morte de Marielle, diz PF
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a disputa na votação do Projeto de Lei 174/2016 na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que trata da regularização de um condomínio na zona oeste do Rio de Janeiro, foi um dos principais motivadores para as mortes da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
Lewandowski leu parte do relatório da Polícia Federal, com cerca de 470 páginas, que originou a identificação dos suspeitos de serem os mandantes do crime e a prisão deles, neste domingo (24/3).
Citando a PF, Lewandowski afirmou que o cenário teve um recrudescimento no segundo semestre de 2017. A votação do PL n° 174/2016 gerou uma “descontrolada reação” de Chiquinho Brazão contra Marielle. “Ficou delineada a divergência, no campo político, sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito de moradia”, disse o ministro.
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Marielle queria a regularização das terras para fins sociais, mas os irmãos Brazão, conforme aponta relatório da PF, eram de grupo político contrário.
Enquanro os mandantes do crime buscavam a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, Marielle, como vereadora, estaria articulando para que a ocupação do terreno fosse acompanhada pela Defensoria Pública e pelo Instituto de Terras e Cartografia do Rio.
Diante dos apontamentos, a Polícia Federal prendeu Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Citados na investigação:
Chiquinho Brazão (União-RJ), deputado federal;
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio;
Rivaldo Barbosa,ex-chefe da Polícia Civil do Rio;
Erika Andrade – esposa de Rivaldo Barbosa;
Giniton Lajes – delegado da polícia civil do Rio de Janeiro;
Marco Antônio Barros – comissário de polícia do Rio de Janeiro;
Robson Calixto – assessor do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro
Fonte/Créditos: Metrópoles
Créditos (Imagem de capa): Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro