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A morte do diplomata Henry Kissinger, aos 100 anos, nos EUA

O ex-secretário de Estado dos EUA e Prêmio Nobel da Paz, Henry Kissinger, faleceu aos 100 anos nesta quarta-feira (29).

O renomado diplomata e influente pensador de política externa morreu em sua casa em Connecticut, segundo informou sua empresa de consultoria, a Kissinger Associates, em um comunicado.

Depois de deixar o exército dos EUA, Kissinger obteve um PhD na Universidade de Harvard e ensinou relações internacionais antes de se tornar o principal conselheiro de segurança nacional do presidente Richard Nixon em 1969.

Ele, eventualmente, serviu como secretário de Estado sob Nixon e seu sucessor, o presidente Gerald Ford.

Um negociador habilidoso e comprometido com o realismo, Kissinger foi fundamental para melhorar as relações dos EUA com a União Soviética na década de 1970 e abriu caminho para a normalização dos laços de Washington com a China.

Com a gestão de Kissinger, a flexibilização das restrições de viagens e comércio do governo Nixon contra Pequim foi fundamental para impulsionar a ascensão da China à proeminência como economia industrial.

Em 1973, Kissinger dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o diplomata Le Duc Tho pela negociação dos Acordos de Paz de Paris, que facilitaram a retirada das forças americanas do Vietnã. Em 1974, ele ajudou a negociar os acordos de retirada de Israel com a Síria e o Egito, que encerraram oficialmente a Guerra do Yom Kippur.

No entanto, um livro do jornalista norte-americano Christopher Hitchens “O Julgamento de Henry Kissinger” acusou o diplomata de ordenar a primeira rodada de atentados no Camboja na década de 1960 sem aprovação do Congresso. Além disso, uma reportagem do Intercept divulgada em maio para marcar o 100º aniversário do Kissinger afirmou que ele estava por trás de mais de 3 milhões de mortes de civis e que ele ajudou a prolongar a Guerra do Vietnã, ao mesmo tempo em que promoveu conflitos e guerras civis na Ásia, África e América Latina.

Kissinger permaneceu ativo após deixar o cargo, dando palestras e entrevistas, nas quais comentava sobre assuntos mundiais. Uma de suas últimas viagens foi uma visita a Pequim em julho de 2023, durante a qual se encontrou com o presidente Xi Jinping. Ele também alertou repetidamente os EUA e a China de que, se continuassem em seu curso atual de política externa, corriam o risco de resvalar para um confronto militar aberto.

Sobre o conflito na Ucrânia, Kissinger descreveu a decisão do Ocidente de oferecer a Kiev um caminho para a Otan como “um grave erro” que levou às hostilidades em primeiro lugar. Embora o veterano diplomata tenha se oposto à adesão da Ucrânia ao bloco militar liderado pelos EUA antes do conflito, ele mais tarde mudou sua postura, argumentando que a neutralidade do país “não é mais significativa” em meio aos combates em andamento.

No ano passado, ele também sugeriu que a Ucrânia poderia abrir mão de suas reivindicações territoriais sobre a Crimeia e conceder autonomia às Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk – todos os territórios russos agora – para alcançar a paz, uma ideia repetidamente rejeitada por Kiev.

*Da RT com edição de Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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