3G e Jorge Paulo Lemann são alvos de nova ação judicial sobre fraude de US$ 1,2 bi nos EUA

Um gestor austríaco iniciou na última quarta-feira, 29, um processo contra Jorge Paulo Lemann e a holding 3G Capital por uso de informações privilegiadas na venda de US$ 1,2 bilhão em ações.

O processo foi iniciado no estado americano de Delaware, onde a 3G tem sede, e tem como objetivo reabrir outro litígio, iniciado em 2019.

A 3G Capital é uma das acionistas de referência da Americanas, alvo de outro escândalo financeiro no começo do ano.

Publicidade

Os detalhes do processo nos Estados Unidos estão sob sigilo, mas há informações públicas sobre uma ação judicial envolvendo a 3G Capital Partners Ltd., os cofundadores Jorge Paulo Lemann e Alexandre Behring, além de alguns membros do conselho da Kraft.

Segundo o gestor austríaco, eles teriam utilizados registros regulatórios fraudulentos para enganar um juiz em descartar o caso anterior.

A ação legal apresentada pela Erste Asset Management GmbH, uma afiliada do Erste Group Bank AG da Áustria, provavelmente se tornará pública dentro de cerca de cinco dias, de acordo com as regras do Tribunal da Chancelaria de Delaware.

Entenda o caso envolvendo Jorge Paulo Lemann

A ação de 2019, movida por um grupo de fundos de pensão, acusou o conselho da Kraft de ficar de lado enquanto a 3G ganhou US$ 1,2 bilhão vendendo 20 milhões de ações com base em informações privilegiadas sobre as consequências financeiras das medidas de corte de custos que devastaram os negócios da gigante de alimentos processados.

A juíza Lori Will rejeitou essas alegações em dezembro de 2021, alegando que os fundos de pensão que lideravam o processo não conseguiram demonstrar que os laços entre a 3G e o conselho teriam tornado inútil exigir uma investigação interna antes de tomar qualquer atitude.

Segundo a juíza, embora alguns diretores da Kraft tivessem alguns laços com a 3G, pelo menos seis membros do conselho, composto por 11 membros, não tinham o tipo de ligações estreitas com a holding.

O tribunal superior de Delaware confirmou a decisão de Will em agosto de 2022.

Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil, tem um patrimônio líquido de US$ 22,8 bilhões (cerca de R$ 119,7 bilhões).