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CPI dos Atos do dia 08/01 indicia 135 pessoas e livra general G. Dias, após manobra do presidente da comissão

Após manobra do presidente da CPI dos atos do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado Chico Vigilante (PT), o nome do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Marco Gonçalves Dias (conhecido como “G. Dias”), foi retirado do relatório final da Comissão apresentado na quarta-feira (29).

G. Dias, que é bastante próximo a Lula, entrou na mira da CPI após o vazamento de imagens internas do Palácio do Planalto no dia da “invasão”, que mostram o general passeando e interagindo tranquilamente com os manifestantes.

No meio da leitura do relatório, na manhã da quarta-feira (29), Chico Vigilante comunicou aos integrantes da Comissão que havia decidido permitir a apresentação de emendas ao relatório final.

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Deputados se revoltaram com a decisão que, segundo os parlamentares, não tem amparo no regimento interno da Casa.

Em tom autoritário, Chico Vigilante disse que a decisão cabe a ele. “Está tomada a decisão e não vou conceder questão de ordem aqui. A extrema-direita não vai ganhar no grito”, disse o presidente da Comissão.

Após a confusão, em entrevista à TV Câmara Distrital durante o intervalo do almoço, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) disse que alguns deputados já estariam articulando a retirada do nome de G. Dias da lista de indiciados.

“A regra foi estabelecida agora por esse presidente (da CPI) e em uma decisão monocrática. Não foi consultado nenhum parlamentar para que essa decisão fosse amparada e, inclusive, pela forma que é mais democrática, pelo voto”, disse a deputada.

Apesar de autorizar, depois de muita confusão, que os deputados fizessem “questões de ordem” contra a medida, o presidente da CPI manteve a decisão e partiu dele mesmo o pedido de retirada do nome de G. Dias do relatório final.

O pedido de Chico Vigilante foi acompanhado do apoio dos deputados Robério Negreiros (PSD), Fábio Felix (Psol) e Jaqueline Silva (MDB).

O relatório deverá ser publicado no Diário da Câmara Legislativa (DCL) antes de seguir para análise do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Uma reunião entre Vigilante e o procurador-geral de Justiça do DF, promotor Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, deve ser marcada para os próximos dias. Caberá ao órgão decidir se vai ou não oferecer denúncia contra os 135 nomes apontados pela CPI ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Chico Vigilante adiantou que a comissão também pretende conversar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, para tratar sobre o relatório.

Com informações da Gazeta do Povo.