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História da primeira janela de vidro do Rio de Janeiro

Fachada do Paço Imperial, na praça XV, localizada no centro do Rio de Janeiro | Foto: Rafa Pereira – Diário do Rio

Construído no século XVIII, o Paço Imperial é considerado o mais importante dos edifícios civis coloniais do Brasil. Não é para menos.  O que essa construção tem de mais forte é o fato de ter sempre abrigado os poderosos.  E um outro fato pouco citado: foi o primeiro prédio a usar janelas de vidro no Rio de Janeiro.

Em 1733, o governador Gomes Freire de Andrade pediu ao rei D. João V para edificar uma casa de governo no Rio de Janeiro. Cinco anos depois, o prédio começou a ser erguido. O projeto, do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, ficou pronto no ano 1743. Já com as janelas com vidros. Até então, todas na cidade do Rio, eram apenas de madeira.

O fato, que nem sempre é lembrado, causou uma certa revolução arquitetônica no país. A partir das janelas com vidros do Paço, outros prédios do Rio de Janeiro e do Brasil passaram a adotar a prática.

Além de ser uma novidade que no início era utilizada como status, pois colocar janelas de vidro era mais caro que de madeira, o equipamento ajudava na iluminação interna dos imóveis da época.

Sobre o Paço Imperial

Nas décadas seguintes, mais precisamente em 1763, a sede do Vice-Reino do Brasil, que era em Salvador (BA), passou para o Rio de Janeiro. Com isso, a Casa dos Governadores se tornou a Casa de Despachos do Vice-Rei, chamada também de Paço dos Vice-Reis.

Com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, o prédio foi usado para outra finalidade. A construção virou Paço Real e casa de despachos de D. João VI. Era lá que o então príncipe-regente (futuro rei) assinava documentos políticos brasileiros e portugueses.

Vista do Largo do Paço (Jean Baptiste Debret, c. 1830). O Paço Imperial é o edifício do lado esquerdo do largo
Vista do Largo do Paço (Jean Baptiste Debret, c. 1830). O Paço Imperial é o edifício do lado esquerdo do largo

A presença real gerou grandes transformações no edifício. Um novo andar central com a fachada voltada para a Baía da Guanabara foi acrescentando e os interiores passaram por uma nova decoração. Uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional Cerimônia do Beija-mão, foi construída. Além disso, uma passagem que dava no prédio vizinho, o Convento do Carmo, também ficou pronta nas reformas. A Rainha D. Maria I ficou instalada no convento por anos.

O Paço em desenho de Moreau e Buvelot de 1842 onde já aparece a platibanda de inspiração néo-clássica do lado direito do prédio
O Paço em desenho de Moreau e Buvelot de 1842 onde já aparece a platibanda de inspiração néo-clássica do lado direito do prédio

Uma varanda que ficava entre o Paço e o Convento do Carmo foi construída para pronunciamentos públicos do rei. O espaço, demolido durante o segundo reinado, foi utilizado também nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889).

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Com a independência do Brasil, o Paço Imperial passou a fazer jus ao nome pelo qual é chamado hoje em dia. Era de lá que D. Pedro I e depois D. Pedro II, os imperadores brasileiros, resolviam as questões nacionais.

O prédio com a feição apresentada após a reforma de 1929, do Departamento de Correios e Telégrafos, tendo um terceiro andar ocupando todo perímetro do prédio.
O prédio com a feição apresentada após a reforma de 1929,
do Departamento de Correios e Telégrafos, tendo um
terceiro andar ocupando todo perímetro do prédio.

Os tempos de poder do Paço Imperial cessaram após a Proclamação da República. Nesse período, as propriedades da Família Imperial foram leiloadas e o prédio foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos.

Paço em 1980, antes de ser restaurado
Paço em 1980, antes de ser restaurado

Nos anos que seguiram, o edifício foi sendo totalmente deformado e passou a perder as características originais. Até que em 1938 houve o tombamento do prédio e em 1982 (quase cinquenta anos depois) o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço Imperial, usando como modelo a forma que tinha em 1818, quando era Paço Real.


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