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Ditador da Nicarágua justifica repressão e prisão de opositores citando atos em Brasília

Daniel Ortega chamou Bolsonaro de ‘fascista militar’

Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, afirmou na segunda-feira 9 que defenderá a aplicação da “Justiça” aos dissidentes. Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sandinista menciona o vandalismo registrado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para justificar as prisões de opositores.

“Temos de defender firmemente a Justiça e sua aplicação contra os criminosos”, disse o ditador, durante a cerimônia de abertura do ano legislativo de 2023.

No mesmo evento, Ortega chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “fascista militar”. Ele comparou a invasão do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos. Ainda traçou um paralelo desses atos com as recentes manifestações na Bolívia e no Peru.

“Isso tem a ver com a forma como o fascismo está sendo reinstaurado no mundo”, ressaltou o ditador. “Não devemos nem podemos confiar em nós mesmos, porque os terroristas de lá estão sempre conspirando e têm o financiamento do governo norte-americano e dos governos europeus.”

O ditador também convocou apoiadores para “trabalhar com energia, firmeza e disciplina, mas dormir com um olho aberto e o outro fechado, porque os bichos estão soltos”.

Eleições na Nicarágua

Em 2021, o ditador foi reeleito, pela quarta vez consecutiva. No mesmo pleito, elegeu todos os prefeitos de sua aliança em todas as cidades, incluindo a capital, Manágua.

A oposição chamou a vitória de “farsa”, já que não houve concorrentes. Mais de sete pré-candidatos da oposição foram detidos, e somente 17% da população compareceu às urnas. Autoridades internacionais denunciaram o uso de carros do governo para o transporte de eleitores e funcionários públicos às sessões eleitorais.

Aproximadamente 235 opositores estão presos na Nicarágua, dos quais mais de 40 foram condenados a penas de até 13 anos de prisão por conspiração, atentado à integridade nacional e outros atos considerados ilegais.

Entre os detidos, além de candidatos à Presidência, há empresários, jornalistas, clérigos e dissidentes sandinistas — que o governo rotula como “terroristas, golpistas e criminosos”.

fonte: R.O

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