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15% das casas cariocas têm insegurança hídrica, mostra Mapa da Fome

A insegurança hídrica na cidade do Rio de Janeiro afeta 15% dos domicílios, de acordo com o I Inquérito sobre a Insegurança Alimentar no Município do Rio de Janeiro – o Mapa da Fome da Cidade do Rio de Janeiro, divulgado nesta quarta-feira (29/5).

Desta forma, cerca de 438 mil casas cariocas não têm fornecimento regular de água ou sofrem com a falta de água potável.

As regiões mais afetadas pela escassez de recursos hídricos, de acordo com o levantamento, são a Área de Planejamento 1 (Centro do Rio), com 24,3% de residências, e a Área de Planejamento 3 (zona norte, sem a Grande Tijuca), com 21,7% de domicílios.

Ao analisar esses dados junto ao nível de segurança e de insegurança alimentar de toda a população carioca (6,2 milhões de pessoas, conforme dados do Censo Demográfico 2022), 27% das famílias que têm insegurança hídrica passam fome na capital fluminense.

Para concluir o Mapa da Fome da Cidade do Rio de Janeiro, os pesquisadores realizaram entrevistas em dois mil domicílios das cinco Áreas de Planejamento (APs) da capital, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.

A pesquisa inédita é fruto de parceria entre a Frente Parlamentar contra a Fome e a Miséria no Município do Rio de Janeiro, da Câmara Municipal, e o Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fome na cidade do Rio

O levantamento ainda mostra que dos 2,92 milhões de domicílios na cidade do Rio de Janeiro, ao menos 230 mil estão em situação de insegurança alimentar grave — ou seja, passam fome —, o que corresponde a 7,9% das casas na capital fluminense.

Ainda conforme o estudo, cerca de 2 milhões de cariocas convivem com algum grau de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave).

O percentual de fome no município é quase o dobro do valor nacional presente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), que registrou 4,1% dos domicílios brasileiros nessa situação. Enquanto isso, esse dado é de 3,1% no estado do RJ.

“Os resultados apresentados por esse mapa indicam os caminhos que devemos seguir para reduzir a fome e garantir alimentação saudável e adequada para as famílias cariocas”, explica Rosana Salles-Costa, professora e pesquisadora do INJC/UFRJ.

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